domingo, 18 de maio de 2008

Cinema e Jornalismo

Apurar, apurar e apurar

Bob Woodward. Jornalista Inexperiente, nove meses no Washington Post. Desacreditado pelo carrancudo editor chefe que o considera um mero repórter que escreve sobre ‘’ratos em restaurantes’’. O faro investigativo, no entanto, o faz desconfiar que o assalto à sede do partido democrata não foi um incidente qualquer. A editoria do Washington Post concorda em deixar o ‘ caso Watergate’ com Bob e o mais experiente Carl Bernstein. A dupla consegue um dos furos mais famosos da história do jornalismo.
A investigação do escândalo Watergate por um órgão da imprensa é mostrada de forma minuciosa no filme 'Todos os homens do presidente' de Alan j Pakula. Os jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein, interpretados por Robert Redford e Dustin Hoffman, se empenham na apuração dos fatos. Os dias em claro são muitos, entrevistas concedidas, entrevistas negadas, boas pistas, outras nem tanto e a famosa fonte anônima conhecida como ‘ garganta profunda’ fazem parte do dia a dia dos profissionais incansáveis e empenhados em encaixar todas as peças de um intrincado quebra-cabeça.
Apesar do ceticismo de um editor chefe extremamente cético e desconfiado, como manda a cartilha do bom jornalismo, a dupla não desiste; e com o auxílio da fonte anônima e de vários depoimentos, muitas vezes cedidos depois de muita insistência; eles conseguem provas suficientes para comprovar o envolvimento da cúpula do partido Republicano no escândalo Watergate.
Após a publicação da matéria o re-eleito presidente Richard Nixon renuncia. A cobertura jornalística do caso Watergate, ilustrada com maestria no filme, não é famosa por acaso. A maratona estressante e incansável que levou a comprovação das suspeitas é exemplar no que diz respeito ao jornalismo responsável, ético. Bob e Carl, foram eficientes na investigação pois ignoraram a pressa na publicação da matéria,em busca da veracidade mesmo que tardia. Apurar, apurar e apurar. Eis a função do jornalista investigativo.


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Salvem o cinema da TV

Os franceses estão reclamando no cinema deles daquilo que mais irrita os cinéfilos brasileiros no nosso. A invasão do formato televisivo para a telona. Muitas vezes ao invés de assistirmos filmes, vemos novelas de uma hora e meia, ou programas que se funcionam muito bem na telinha o mesmo não ocorre na sala de projeção. A Grande família é bobinho, sim, mas com os sensacionais Marco Nanini e Pedro Cardoso funciona muito bem, e se não é marcante garante boas risadas. No cinema o programa é o mesmo, e a historia curta vira um filme longo cansativo cujas piadas se repetem e o roteiro não vai a lugar nenhum. O que dizer de ‘ Casseta e Planeta’? Se nem o programa é lá essas coisas o filme é pior ainda; ainda tiveram a infelicidade de fazer uma continuação. Não de ' Olga' piegas, sonolento mas que daria certo como uma mini-série de época. Em entrevista para o programa Conexão Roberto D’Ávila, o diretor Daniel Filho, disse que ao pensar num filme que vai dirigir, leva em conta que utiliza dinheiro público, logo deve ter ‘ responsabilidade’ com a verba, e dessa forma produzir um programa para toda família; ou seja ,um misto de malhação, turma do Didi, duas caras, zorra total por ai vai.
Na França, reclamam que o cinema de autor, reconhecido e tradicional no país da novelle vague, perde espaço para o cinema comercial, devido a tv e a interferências do Governo que tem privilegiado os blockbusters do velho mundo. Chamou atenção essa ‘’novidade’’, jamais imaginaria que uma espécie de “Rede globo francesa”, e a ajuda da interfência estatal fosse bater de frente com os filmes sisudos e cabeçudos( no bom sentido). Os franceses tiveram uma formação cultural sem a constante presença dos folhetins , rádios novelas e das atuais tele-novelas logo é impossível pensar num cinema brasileiro com um impacto cultural similar; mas dos poucos filmes que chegam do nosso cinema às salas de exibição, a maioria segue o padrão televisivo. Isso é lamentável. Nosso cinema de massa é conservador, redundante, esquemático, caricato; como bem frisou Arthur Xexéu na coluna dele do Jornal ‘ O Globo’.] “A crise está aqui”.


O cinema nacional precisa de identidade. O público está condicionado às mesmisses televisivas, logo o cinema repete os mesmos vícios e assim garante bilheteria razoável. No argumento de fazer "bom uso do dinheiro público destinado a cultura" Daniel Filho e outros cineastas sustentam o círculo vicioso que não tira nosso ' cinema comercial ' do marasmo. Pelo fim da crise, e pelo surgimento de um cinema ' comercial , blockbuster, com carinhas globais(porque não) mas acompanhado de experientalismo, criatividade, e o mais importante QUE SEJA CINEMA.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Juno, a garota





Imatura, inteligente, insegura, de personalidade forte, carinhosa, e deboxada. Estas são características de jovens de ambos os sexos, paradoxais, chatos e adoráveis. Juno é assim, uma adolescente verdadeira. A personagem que intitula o filme é interessante graças não apenas ao roteiro vencedor do Oscar, mas também a soberba interpretação de Ellen Page, a nova queridinha de Hollywood que antes já encheu os olhos de público e crítica pelo denso Menina má ponto com. Juno é uma garota de 16 anos que engravida do melhor amigo, descoberta a gravidez ela decide entregar o bebê para adoção; no jornal encontra um casal perfeitinho ( desses de propaganda de margarina) “ bonitos até em foto preto e branco” que são escolhidos para serem os novos pais do bebê.
O roteiro da ex stripper Diablo Cody cria uma personagem complexa. Juno foge daquele estereótipo ‘ adolescente revoltadinha com a família’ ou que pertence a um determinado grupo ‘ Popular, nerd, esportista “. Apesar do tom bastante crítico que sempre esbarra no deboche, a garota é simpática e mantém uma boa relação com a família, inclusive com a madrasta.
Juno x Pequena Miss Sunshine. Ambos são filmes pequenos, de baixo orçamento, utilizam personagens do cotidiano que fogem de uma suposta ‘ normalidade', mas tem na família todo o apoio para seus objetivos, sejam eles quais forem.

sexta-feira, 21 de março de 2008

A verdadeira miss





Como é bom ligar na telecine no intervalo de um filme para o outro. Melhor ainda quando a próxima atração é tão boa quanto ‘ Pequena Miss Sunshine’; tive a sorte de assisti-lo pela segunda vez hoje, em pleno feriado. O road-movie da garotinha simpatica que parte com sua família nada convencional para um concurso de miss na Califórnia, oscila entre o drama e a comédia sem cair no pieguismo e na escatologia hoje tão comuns nesses gêneros. Como imaginar uma família tão bizarra e politicamente incorreta (e MUITO adorável) num concurso de miss bem chatinho cheio de regras? O que uma garotinha sem os padrões de beleza das demais participantes faria num concurso desse? Padrões de beleza. Padrões de comportamento.Padrões. Padrões. Todos em busca dos padrões. “A vida é um concurso de miss” afirma um dos personagens. Deve-se seguir modelos de comportamento, de vestuário e de beleza para fugir do rótulo de fracassado e alcançar o sucesso. A história mostra que a união de uma família em torno de um objetivo comum e muito mais forte que todas as buscas de status social num mundo de aparências. Viva a exentricidade da família. Viva um dos filmes mais adoráveis que surgiram nos últimos anos


Ps:. Não gosto dessas comparações Pequena Miss Sunshine x Juno. Certo que ambos são filmes de baixo orçamento que fizeram sucesso e que possuem personagens ‘ normais’ ‘ reais ‘ tratados de forma sensível. As comparações podem até existir, mas sem essa de dizer qual é o pior, qual é o melhor. Ainda não assisti ao Juno, mas semana que vem ele não me escapa!Se por acaso eu vier a compará-los prometo fazer da melhor forma.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Mostra ' Cult 90 ' - Caixa Cultural Rio de Janeiro

A ' livraria' do espaço ' Caixa Cultural ' no Rio de Janeiro pode ser fake, como mencionu Arthur Xexéu em um de seus artigos, mas as salas de cinema são uma boa pedida para o público cinéfilo neste mês. Do dia 11 ao dia 16 de Março rola a mostra ' cult 90 ', que exibe filmes cults da década passada. Uma exelente oportunidade para os fãs daqueles filmes sem apelo comercial, e com certo caráter experimental mas que conquistaram a crítica.
A mostra exibe filmes de diversos países e alguns sucessos de bileteria como' Traídos pelo Desejo ' ( exelente ) do Neil Jordan e ' Cães de Aluguel ' do Tarantino

A lista completa e a programação se encontra no site da Caixa.

Confiram, vale a pena!!!

quarta-feira, 12 de março de 2008

E por falar em Santoro...

O Aclamado ator brazuca que nos encheu de orgulho por atuar em filmes americanos, e na série de Tv lost foi considerado o 4º pior ator em 2007 por um site americano...


Desanimar ele não pode porque até o Dustin Hoffman esta na lista, mas que o talento dele ainda não apareceu na língua da terra do Tio Sam isso é fato!!!!

Mais complicado que o trânsito


É ilusório acreditar que num sábado pela tarde os melhores filmes estarão disponíveis numa locadora mediana. Felizmente tive a sorte de encontrar ‘ Não por acaso’ filme interessante, com roteiro bem amarrado, e um surpreendente refinamento técnico. A história aborda a vida de Ênio, profissional competente que trabalha como engenheiro de transito em São Paulo, e de Pedro marceneiro especialista na construção de mesas de sinuca e com extrema habilidade no jogo. Se ambos os personagens são eficientes e meticulosos na profissão, percebem que o mesmo controle lógico não é aplicável na vida pessoal. Após um acidente de trânsito a vida de ambos toma rumos inesperados.
O filme do diretor Philippe Barcinski tem na cidade de São Paulo um importante personagem, com seu peculiar tom cinzento da poluição e o transito caótico que atrapalha a vida de milhares de pessoas todos os dias. No entanto por mais difícil que seja tornar esse caos administrável, com a utilização da engenharia de transito e todo aparato tecnológico; os percalços e as reviravoltas da vida pessoal exigem muito mais...

‘ Não por acaso ‘ conta com Rodrigo Santoro, Letícia Sabatella e Leonardo Medeiros no elenco.

Vale Conferir!!!!!

sábado, 8 de março de 2008

Resolvi criar esse blog para expor idéias sobre cinema; mais precisamente sobre a temática de alguns filmessobre a realidade política, social e o comportamento humano no Brasil e no mundo. Sou meu próprio editor chefe. Escrevo o que quero na primeira pessoa, posso cometer erros ortográficos e não censuro comentários indesejáveis. Logo, bem vindo ao meu refúgio!. Comentem o que quiser!!!!

:)