quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Os normais 2

Direção: José alvarenga JR
Roteiro: Alexandre Machado / Fernanda Young


Não assisti ao primeiro Os normais , assim como não acompanhei a série televisiva. Ao comentar sobre Os normais 2 não terei o primeiro filme ou a série para fazer referência ou traçar algum comentário comparativo. Porém, na difícil experiência que passei ao assistí-lo, posso dizer. O filme é ruim, muito ruim.

Rui(Luís Fernando Gumarães) e Vani( Fernanda Torres) é o famoso casal, que vive uma crise conjugal por causa da insossa rotina estabelecida após 13 anos juntos. No intuito de apimentar a relação com um ménage a troi, os dois embarcam em uma insana busca pela companhia ideal para o momento íntimo. Dentre as pretendentes surge uma prima com vasta experiência no assunto, uma lutadora de kickboxing, uma bissexual rica e uma francesa misteriosa.


Graças ao sofrível roteiro de Fernanda Young que atenta propositalmente para o inverossímil,e que desanda por causa do excesso de diálogos infrutíferos e a infantilidade dos personagens, a aventura delirante cansa. Em determinado momento num banheiro feminino personagens conversam sobre crises no relacionamento e a protagonista utiliza um batom como lápis para desenhar no espelho um gráfico que relaciona o tempo de união ao período de desgaste. A idade das personagens na sequência varia entre os 20 e 40 anos, mas a impressão que fica é que ao entrar no lavabo elas regrediram para 14 ou 15 devido ao despejo de um arsenal de clichês de ‘guerrinha dos sexos’. Haja paciência.

A direção de José Alvarenga Jr, para piorar, é marcada por uma concepção visual semelhante a de programas televisivos( fato,aliás, muito comum em produções da Globo Filmes) com muitos closes e cortes abruptos o que confere ao filme aspectos deselegantes que não funcionam na linguagem cinematográfica. Por quê fazer um filme com cara de novela do Jorge Fernando?

Ao ter um posicionamento sobre um filme de comédia é preciso cuidado na identificação da proposta da obra. Sim, o filme foi feito para matar de rir aquele espectador que vai ao cinema sem o compromisso de assistir um clássico, ou mesmo uma comédia inteligente pontuada por diálogos sarcásticos ou referências políticas; é uma produção ‘leve’ e ‘ descompromissada. Estive atento a esse detalhe e o analisei como tal. Os normais 2, no entanto, trata o expectador como idiota com o exagero nos lugares comuns(escorregões, pancadas, trocadilhos manjados com conotação sexual, etc) e diante de todos os defeitos, não tem respaldo positivo mesmo com suas escassas pretensões.